Trilogia de uma viajante sem sorte.

Todo mundo diz que é legal viajar. Nao é nao. É legal conhecer lugares novos, nao viajar.
Últimamente, acho que os aeroportos e companhias áreas nao têm ido muito com a minha cara.
Primeiro episódio da trilogia “Nao queremos que a Chloe viaje” aconteceu em Julho do ano passado.
Lá por janeiro, mamis querida comprou nossa passagem pra Espanha. Em maio, Varig, querida começa a entrar em falência.
Nada de pânico, TAP, em acordo com a Varig endossou nosso bilhete. Mudamos de escala e fomos à Espanha via Recife, Lisboa, Madrid e perdemos nosso vôo Madrid-San Sebastian. Tudo bem. Uma vez na Europa a mobilidade é muito mais fácil. Pra quê se estressar né?
A volta é que foi meu inferno... Quando voltamos, final de Julho, a Varig já estava tao na merda que nem a TAP queria mais acordo com ela, pra minha infelicidade. Em Lisboa, a TAP veio com a graça de nao querer aceitar a passagem. Só pra resumir, depois de muuuuuuuito estresse e discussao conseguimos embarcar.
Recife. Ninguém queria levar a gente pra Belém. Ficamos uns 2 dias lá. Conseguimos pelo menos que pagassem nosso hotel. Enfim, mais dor de cabeça, mas conseguimos viajar.
O segundo episódio ocorreu em Dezembro.Voltando de meus estudos em Paris para passar natal com a família, acabei viajando dia 24 de dezembro porque era a única data que existia livre em todas as companhias de viagem. TAP, querida, resolve atrasar o vôo Lisboa-Recife em 3 horas!!!!justamente o tempo de intervalo que tinha entre chegar no Brasil e pegar meu outro aviao. Que legal. Chorei a viagem inteira pensando que ia passar meu natal sozinha em Recife em uma cama de hotel. Felizmente, só pra mim, os aeroportos do Brasil já estavam na “fase caos” e meu vôo atrasou simplesmente quase 4 horas. Ou seja, deu tempo de pegar minha conexao. Natal feliz em família.
Hoje, estou viajando pra Espanha.
Estava em Manchester e, em teoria, teria que pegar um aviao às 13:10, chegar em Heathrow (uma cagada de aeroporto), 3 horas depois pegar outro aviao e aterrizar na Espanha por volta das 20h.
Mas lógico, para continuar minha história de amor com os aeroportos e completar a trilogia, meu vôo foi cancelado.
Britsh Airways, muito bem organizada por sinal, botou todo mundo em uma fila e ofereceu acomodar todos os passageiros em um vôo de outra companhia, BMI, que saía às 13:25. Bacana. Dava tempo de eu chegar em Heathrow, andar minha hora e meia pra trocar de terminal e pegar meu vôo às 17:15 em ponto.
Acontece que estamos falando da minha pessoa, ou seja, as coisas nao sao tao fáceis assim.
Depois de uma hora na fila, chega minha vez. Era 13:10. O atendente da British, muito simpático, por sinal, se vira pra mim e diz: “Me desculpe, mas infelizmente nao posso acomodar você no vôo de 13:25 porque já fecharam o embarque”.
Eu agradeço muito de isso ter acontecido agora, 3 meses depois de estar na Inglaterra, e entender mais ou menos inglês, porque se tivesse acontecido quando eu cheguei, tava ferrada. Lembro que nao entendia nada que falavam no alto falante do aeroporto em Londres e fiquei até com medo de perder meu vôo para Manchester.
Mas enfim. O moço simpático me ofereceu ir de Air France até Paris e de lá, para Espanha. Chegaria umas 22h. Tudo bem, melhor do que nao viajar. Só teria que trocar de terminal, estava no 3 e teria que ir ao 2. Inicialmente nenhum problema, meu vôo saía em uma hora e meia e pra mim, o terminal 2 ficava do lado do terminal 3. Quem me dera.
Depois do terminal 3, vinha o 1 e depois o 2. Isso se traduz em uma hora de caminhada. Isso porque estava em Manchester, que convenhamos, nao é nenhum super aeroporto.
Tudo bem, depois de correr muito chego na porcaria do terminal 2.
Odeio essas novas normas de segurança. Tem que tirar computador da mochila, esvaziar casaco, colocar toda minha maquiagem em uma sacola plática (porque pra eles é gel, líquido e é muito perigoso) e o pior de tudo, tirar o sapato. Você passar mais uns 20 minutos nessa brincadeira. Graças a Deus nao perdi meu vôo.
Enfim, Air France, chego em Paris, já tenho que trocar meu chip de idiomas. Uma hora e pouco de vôo. Nao dá nem tempo pra esquecer o inglês, eu começo a misturar tudo, um horror!
Mais uma vez inferno de troca de terminais, mais uma hora andando, dessa vez com direito a passeio de trenzinho. Meu terminal agora é o 2(deux)D, com direito a biquinho e tudo senao as pessoas nao entendiam.
Tira a bota, bota a bota, tira casaco, computador, maquiagem, coloca tudo de novo na mochila. Hora de procurar a porta de embarque.
Achei. Aqui estou, rezando pra nao perder meu vôo ou que ele nao atrase.
Em uma tarde passei por 3 países diferentes. Chique? Quem dera. Um inferno isso sim. Isso porque estou viajando dentro da Europa. Imagina se fosse um transatlântico. Tá me dando preguiça de pegar meu aviao em 15 dias pra passar o natal com minha família no Brasil.
Mas enfim. Tem coisas que nao se escolhem.
Só espero que minha trilogia termine aqui e nao vire um seriado de vários capítulos. Me desejem boa sorte!!!!!

Chloe L.